

3.03 - Tower of David
Acho que vale pegar dois frutos de uma instabilidade psicológica do que pegar uma garota adolescente que quer chamar atenção.
Insanidade: s.f. Caráter do que é insano. Dito, ação que revela falta de juízo, de bom senso. Com esse significado literal para a palavra, com maiores convicções à respeito do significado podemos declarar Carrie como uma insana? Ou até mesmo o Brody? Ou os dois, vamos botar tudo no mesmo barco. São tudo farinha do mesmo saco.
Com a volta de Brody, é inegável que Homeland recuperou um fôlego que aparentemente havia perdido. Não digo essencialmente pela categoria qualitativa: digo pela narrativa controversa e ousada. Digo que recuperaram o fôlego, porque saíram da zona de conforto que a série havia se habituado para migrar por novas perspectivas lineares para a série. Para buscar novas alternativas e/ou vertigens, para seguir construindo a pirâmide sobre a temática da série e garantir mais história para contar.
Foi um tiro no escuro, sem alvo, sem pinceladas de pólvora. Resolveram brincar mais ainda com o estado instável de Carrie e, para não soar repetitivo, resolveram incluir de vez Brody de volta a série. Como uma novidade refrescante. Preciso dizer, foi um tiro certeiro.
A edição desse episódio – tão esplendorosa -, ficou por conta de Jackson Pace que fez um trabalho sensacional. Mas deixando a parte técnica de lado (a backstage), os takes trocados entre Carrie e Brody em horas oportunas para comparações similares, o reforço para mostrar o que os dois protagonistas tem de melhor: a atuação. Ovaciono o episódio em si, começando mesmo pela edição e as atuações. Por mais, tivemos Claire Danes mais do mesmo (sempre eficaz, btw), o que deixou frestas para que Damian Lewis também colocasse em prática seu talento. Para o Emmy, esse episódio seria muito bem considerado.


Damian mostrou uma preparação física e emocional no nível de Claire Danes o que elevou a série em níveis estratosféricos. Toda a situação em que ele se encontra desde a fuga dos Estados Unidos, conviver com uma etnia diferente e costumes deturpados, o que Damian mostrou na pele de Brody merece aplausos.
O ex sargento segue numa linha linear onde é claro que não há mais espaço para ele, na série, no mundo. Era mais que óbvio que o ladrão de seus pertences sofreria com a morte mas vamos relevar para Brody porque de uma cordialidade linda, ele zelou e ‘enterrou’ o rapaz.
Desde o médico bizarro até a tensão sexual que embalou Brody e a filha do Capone da Colômbia (rs), foi de apertar as mãos umas nas outras e enxugar a testa de suor. Foi tenso, foi emocionante, foi Homeland S01. Tudo bem que Brody não tinha muitas opções em mente mas achei de uma burrice só ele aparecer na mesquita daquela forma, como se não devesse nada a sociedade. As coisas não são assim tão fáceis e ele é um terrorista de nível mundial sem contar no plus que é o cachê por sua cabeça.
Ser um prisioneiro sem direito à regalias, é provável que Brody não aguentará muito tempo ou, pensando alto nas probabilidades, a CIA acha-lo e leva-lo para sentença. De fato, os Colombianos que o ajudou fizeram até demais só por gostarem de Carrie e Brody extrapolou.
Já Carrie segue na mesma linear que Brody, mas já há um tempo. A visita que ela teve não mostrou muita coisa, a que veio mas parece que fará parte do arco central já que, Carrie mostrou interesse acima de tudo. Sobre seu estado mental eu prefiro ver um andamento maior sobre isso. Ou Carrie se rende a seus devaneios mentais ou se controla disso de uma vez por todas. Não quero mais que Homeland retroceda, não mais.
Esse episódio ajudou e muito na recuperação de Homeland, mas é difícil prever de fato o que vai rolar daqui em diante devido a tantas possibilidades. O jeito é esperar, como sempre. E que se repita a ausência de Dana, por favor.
Por Felipe Matarazzo - @porraled